quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Para Sempre - Parte 5

Não havia nem notado que começara a chover. Respirei fundo e fui até lá fora. Estava tudo alagado, então voltei, coloquei minhas botas amarelo queimado e fui até a caixa de correio. Nenhuma carta. Várias folhas secas. Coloquei a minha carta lá dentro. Não sabia o que estava fazendo, talvez na esperança de quando eu voltasse lá, não a encontrasse mais. Entrei em casa e dormi. Lá estava ele, rindo para mim. E no meu sonho, ele chegava perto do meu ouvido e dizia: Então, eu nos declado marido e mulher. Durma bem, minha Doce Joana. Foi perfeito. Foi como se ele estivesse mesmo do meu lado, me tocando e eu o sentia, com muita intensidade. Esse foi meu último sonho em que ele apareceu, e mesmo nunca mais tendo ido até a caixa de correio, tinha a certeza de que ele tinha lido a minha carta e isso me deixava aliviada, feliz e apaixonada.

Fim - Parte 4

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Para Sempre - Parte 4

Sim,
Eu aceito me casar com você. Eu aceito ser sua para sempre. Eu aceito segurar na sua mão e não olhar para trás. Eu aceito me entregar a você. Essas seriam palavras perfeitas para serem ditas a um amor verdadeiro, para você. Mas você teve que ir embora. E mesmo assim, não me deixou. E ainda, cumpriu sua promessa. Talvez não o sonho todo, mas todos os sonhos, você está lá. Você está lá me dando mais um beijo, mais um abraço, mais um carinho ou mais um consolo. Eu sinto tanto a tua falta. Eu preciso tanto de você aqui comigo, hoje, amanhã e sempre. Mais uma vez, esse tal de para sempre aparece. Ele parece combinar tanto com nós dois. E o que me deixa viva até hoje é saber que ele existe. Mesmo pessoas não acreditando na sua existência, nós somos a prova de que ele existe, tanto na terra, como no céu. As pessoas não acreditan quando eu respondo que não tivemos envolvimentos além de beijos apaixonados. Você me respeitava. Você me entendia. E não precisei disso para me sentir uma mulher, a mais completa do mundo. Posso dizer que literalmente, você foi o único homem da minha vida. E até hoje, não consegui me apaixonar de novo. A culpa é sua. Obrigada. Posso até ter procurado, para o bem estar da população, mas não achei ninguém tão perfeito quanto você. Tão perfeito quando você, para mim. Nenhum tinha o seu cheiro que me deixa desorientada, ou seu toque, que me fazia arrepiar. Nenhum era como você. Nenhum era você. E não vou mais procurar uma agulha num palheiro, sei onde você está, sei onde a pessoa que eu amo permanece e um dia, eu prometo, irei ao teu encontro e ficaremos juntos, sob o manto do Pai, abençoados pelo resto da eternidade, para todo o sempre.

Ricardo, eu te amo. Isso basta, porque essa palavra é tão forte que não precisa ser repetida para comprovar o seu valor.
Da sua doce e eterna, Joana.

PS: Para quem não sabia fazer uma carta, você foi excelênte, para variar.

Continua - Parte 3

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Para sempre - Parte 3

Ler o seu nome me fez ficar paralisada. A carta foi feita no dia 10 de Março de 2000, exatamente um dia antes de completarmos 7 anos de namoro. Exatamente no dia do seu acidente. Aquela carta talvez não fosse normal, pois sobreviveu ao dilúvio que eu havia causado bem acima dela. Depois de anos, parei para refletir em tudo e me senti a pior pessoa do mundo. Ele não era só o namorado perfeito, ele era a pessoa, a criatura, o ser mais perfeito que existia na face da terra. E eu, a melhor idiota que ele poderia ter arrumado para amar. Eu nunca fui tão sentimental, mas o amava tanto...E ele era esperto o suficiente para me entender e eu sei que ele sabia que ele era a razão da minha existência, da minha verdadeira felicidade. Mas continuei me sentindo uma imbecil. Se eu não tivesse pedido para ele ir pegar o livro que eu reservei na biblioteca, se o motorista não tivesse atendido o telefone bem na hora que o Ricardo fosse atravessar a rua, ou se ao menos, eu estivesse ao seu lado para puxá-lo para a calçada, eu não estivesse sentindo tanto frio esta noite. Talvez eu nunca limpasse essa estante, talvez estivéssemos realmente casados, talvez, ele pudesse me dar boa noite, todas as noites, por mais tempo. No meio dos outros papeis caídos no chão, estavam nossas fotos. Algumas delas. As mais especiais, para ser mais exata. O dia em que ele me pediu em namoro, a primeira foto do nosso beijo, do nosso abraço, das nossas caretas...Fotos que se duvidar, poderia até sentir o cheiro daquele momento, o calor, o sentimento...Poderia ouvir ele me chamando de linda e eu o ignorando. Podia ouvir meus pensamentos, me perguntando o que eu haveria feito para ter tanta sorte...Fui no banheiro lavar o meu rosto, minha cabeça doía de tanto chorar, precisava me acalmar. Nessas horas, eu tinha mesmo que estar sozinha em casa? Peguei minha melhor caneta, uma folha do meu caderno da faculdade, liguei o som, sentei-me a mesa e comecei a escrever...

Continua - Parte 2

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Para sempre - Parte 2

Você sabe como ninguém que nunca fui bom com cartas, mas preciso te explicar tudo o que eu sinto, e dizem que através de uma carta é a melhor opção para isso, mesmo eu não sabendo nem como começar uma. Juro que me lembro do primeiro dia que te vi. Você estava de maria chiquinha e chegou sem falar com ninguém na escola, tínhamos 11 anos. Foi um longo ano até completarmos 12 e eu te pedir em namoro pela milésima vez e finalmente, ouvir um sim da sua boca. Durante um ano, chorava toda noite, escondido, depois de ouvir que você nunca namoraria com um nerd, e olhe você agora, com o melhor aluno da faculdade de Medicina. Esperei até os 13 para te dar o primeiro beijo e levar meu primeiro tapa na cara. Lembro que você ficou duas semanas sem falar comigo...Você sempre fica linda quando está irritada, daí veio o apelido Doce Joana, irônico, não? Aos 14 fizemos nossa primeira viagem com teus pais, para uma praia que não me recordo o nome, total programa de índio, mas foi perfeito, só por te ver na praia, sem maquiagem e naquele momento, vi o que nenhuma maquiagem conseguiu me mostrar, como você era linda e como eu te amava, sem nenhuma dúvida. Ser teu príncipe na tua festa de 15 anos foi o que marcou nosso "noivado", com a aliança que eu te dei e você achou careta. Tive que esperar até os 16 para você usá-lo em público. Sentia um orgulho enorme de estar ao teu lado, e você não acreditava, mas olhar para você era minha melhor distração. Teus olhos eram azuis, eu dizia quem eram os meus faróis. Teus cachos avermelhados me hipnotizavam, igualmente as suas sardas, que você tentava escondê-las. Quando você completou 17, não te via mais como uma menina, nem como a minha menina, te via como a minha mulher e por mais que falassem, não me cansei de você antes e não vou me cansar agora. Você nunca acreditou que eu te amaria para sempre, mas eu prometi, não foi? Te pedi em casamento aos 18, mas como eu te conheço o bastante, sabia que não iria aceitar, pelo menos eu tentei e não vou desistir. Seu ciúmes histérico me fazia rir, você realmente ficava vermelha quando estava nervosa. Hoje, com 19 anos, completamos 7 anos de namoro e eu te pergunto: Quer casar comigo? Prometo nunca te largar, nunca te fazer mal, nunca pensar em te deixar. Por que talvez você não acredite no eternom mas meu amor por você já é Para Sempre e você não pode fazer nada a respeito. Vou levar nossos momentos para onde eu for, e quando eu não estiver mais aqui, te encontrarei nos teus sonhos, não até o fim, e sim, até o sempre. Teu beijo é o mais doce, teu abraço é o mais acolhedor e teu amor é o mais sincero.

Obrigado pela existência no mundo, no meu mundo.
Felicidades para nós,
Do teu futuro alguma coisa,
Ricardo José

Continua - Parte 1

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Para sempre - Parte 1

Era uma noite fria, muito fria, pensei até na hipótese de nevar, mas isso não ocorreu. Nesse mesmo dia, completavam-se dez anos de saudades, de lembranças. Aquela mesma dor que eu senti nos primeiros anos, veio de um modo tão intenso, como eu nunca mais havia sentido antes. Era uma quarta-feira como todas as outras, exceto o frio intenso, claro. Não estava passando nada que eu realmente me interessasse na televisão, a internet estava insuportávelmente lenta e eu precisava atualizar meu MP3. Resolvi fazer algo produtivo, arrumar a casa. Infelizmente, só existiam 3 copos, uma xícara, dois pratos e alguns talheres sujos, não era suficiente para ocupar meu tempo. Fui arrumar meu quarto, porém, havia esvaziado meu guarda-roupa no dia anterior e mandado as roupas para um asilo. Lembrei então do motivo da minha alergia, a estante da sala e resolvi finalmente enfrentá-la. Coloquei todos os livros no chão e fui passando um pano molhado na estante. Talvez se eu quisesse achar um cemitério de baratas, alí era o lugar certo. Também limpei livro por livro, desde os de receitas da minha querida vozinha conhecida na minha rua como Dona Benta, até as minhas enciclopédias da época de criança. Achei alguns albuns também, com fotos minhas e dele, mas tentei ignorá-las. Não que eu não gostasse delas, mas aquele não era um bom momento para limpar meus olhos. Quando fui colocar o último livro, derrubei uma pasta grossa, que por azar meu, estava aberta e lotada de papéis velhos. Contei até 50 e fui pegando um por um, tinha tempo suficiente para tudo aquilo. De repente, um papel me chamou a atenção. Uma folha de oficio rosa, com bastante poeira, mas notei que era rosa. Não havia envelope, nem selo. Estava apenas dobrada ao meio e escrito com caneta preta: Para a minha doce Joana. Não me sentiria culpada se abrisse, havia meu nome ali e eu só conhecia uma pessoa que me chamava de Doce Joana. A curiosidade foi maior e depois de alguns segundos - poucos, mas segundos - desdobrei o papel e comecei a ler. A carta dizia...

Continua

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Medo

Eu tenho medo de cair em algum buraco e não ter ninguém para me ajudar. Medo de não passar na faculdade, medo de desistir de tudo antes de tentar. Eu tenho pavor de ser mais madura do que muitos ao meu redor. Medo de maguar os que eu amo, de não saber o verdadeiro significado da palavra amor, de nunca ter tido um grande amor. Medo de nunca ir um dia para a Itália. Medo de não conseguir acreditar nas pessoas, medo de ter medo de sinceridades. Eu tenho pavor de ter medo de abraços, de beijos e carinhos. Medo de ter alergia a felicidade, medo de não crescer mentalmente, medo de ser sozinha no mundo. Medo de não saberem meu nome, nem quem eu sou. Medo de querer ser mais do que posso, medo de ter sonhos não realizados. Medo de ter medo. Medo de escolher o caminho errado, com a pessoa errada, medo de ter sonhos errados. Odeio ter medo de me arriscar, de me jogar de uma escada, de me machucar. Odeio ter medo de formigas, de escuro e de fugir de casa. Tenho medo dos que me rodeiam, dos que me fazem acreditar que a idiota sempre sou eu, dos que não tem só uma, mas sim, duas caras. Medo de não ter compromissos sérios, de ser excluída pela sociedade, de terem inveja de mim. Medo de ter rancor e raiva, medo de olhar para alguém e não conseguir pronunciar seu nome. Medo da realidade, do felizes para sempre, dos contos de fadas. Medo de crescer. Medo de crescer acreditando que maçãs são ruins, que sapatinhos podem ser de cristais, que cabelos podem virar cordas e que um beijo poderá me acordar. Medo das verdades. Medo das suas verdades. Medo de alguém, medo de ninguém. Eu tenho medo.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Abraços

Naquele momento, onde ninguém poderia me ajudar, onde não existe travas para as minhas lágrimas, onde eu não consigo pronunciar nenhuma palavra, mesmo que quisesse, talvez não seja uma solução, mas o melhor aliviador, é o abraço. Num simples aperto de braços ao redor do meu corpo, eu me sinto segura. Em um lugar livre, que ninguém irá me perturbar, me fazer mal, nem jogar o meu coração no lixo, como fizeram das outras vezes. E sempre, eu tenho um abraço para me acolher. Não é o mesmo abraço, mas é sempre o abraço. Apertado, com carinhos nas costas, com cafuné na cabeça, mas quase nunca, acompanhado de palavras. Talvez um "Não fica assim" ou "Você vai melhorar", mas eu prefiro mesmo quando o abraço é silencioso, quando eu consigo me concentrar no calor do seu corpo, quando consigo sentir o afeto que ele sente por mim. Um gesto que diz tantas coisas, um modo de passar confiança, uma coisa tão bonita. Um simples abraço amigo, é tudo o que eu preciso nesse momento.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Felicidade

Não me canso de ouvir pessoas falando que querem ser feliz, querem a tal felicidade que todos comentam. Eu acredito que ela exista e que podemos sim conseguí-la, mas...Sem nem ao menos tentar? Ok, pedimos, rezamos, alguns fazem loucuras procurando ser felizes, mas é o suficiente? Não credito que ela vá cair dos céus e também acho que a felicidade não depende apenas de um ato de coragem e sim, de um conjunto deles. Felicidade não dura para sempre, mas podemos criar várias delas, enquanto vivermos, lembrando também que nós não somos eternos, pelo menos não aqui na terra. Ser feliz depende de nós, depende de quem está do nosso lado, depende de como é seu sorriso para aquela fotografia. Depende de qual abraço você prefere, de para onde vai no fim de semana e de com quem vai. Depende do seu namorado ou namorada. Depende do amor, sim, exatamente dele. Depende de várias coisas. Não existe bem uma regra para ser feliz, só é preciso querer muito e correr atrás. Mas nunca se esqueça do que você quer. O que você precisa para ser feliz? A felicidade não vai vim sozinha, certo? Você precisa de dinheiro? Estude, trabalhe, dê tudo de bom que você tem. Você quer um amor? Espere ele bater a sua porta e o receba com carinho. Você quer amigos? Seja você mesmo, mas sempre se importando com o proximo e se perguntando se ele também quer ter a felicidade, talvez o que ele tanto esperava esse tempo todo, seja exatamente você. Só é preciso de oportunidades, compreensão, fé e mais nada.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Love

Não acho que seja complicado falar sobre ele, só acho que é praticamente impossível escolher apenas uma teoria. Existe apenas um sentimento, mas vários jeitos de sentí-lo. Eu prefiro pensar assim. Te amo hoje, pretendo te amar amanhã. Só para ficar claro, não amamos a perfeição. Amamos e então, idealizamos a tal perfeição. Somos criados, com sabedoria para podermos escrever no nosso caderno, nas nossas linhas. Temos que aprender que nem sempre teremos alguém ao nosso lado, para nos emprestar uma borracha e teremos que ajeitar aquilo de alguma forma, mesmo tentando apagar com a ponta do dedo. Talvez até conseguiremos, mas ainda sim, ficará a marca no papel e na nossa pele. Amor é uma coisa que só quem já sentiu, sabe. Não podemos explicar o primeiro beijo, o primeiro olhar, o primeiro telefonema. Eu amo meu pai, minha mãe e meus irmãos, talvez seja o mesmo amor, mas com certeza, o dos meus pais tem uma intensidade maior. Amo meu colegas, mas não tanto quanto amo meus amigos e muito menos, meus melhores amigos. Posso amar aquele garoto, mas não do jeito que ele me ama e essas diferenças de amor, é que transformam meu sentimento em uma coisa ruim. Chegamos a conclusão de que amor não é tão ruim quanto parece, ou pode ser melhor do que se imagina, mas depende muito de quem você está amando.

Prazer, eu sou Maria Eduarda C.