segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Diálogo

Ela: Porque você foi embora?
Ele: Eu sempre estive aqui.
Ela: Mas você se afastou de mim.
Ele: E não faz ideia de como eu me arrependo.
Ela: Você nem me procurou...
Ele: Desculpa.
Ela: Eu odeio esse seu orgulho.
Ele: Desculpa.
Ela: Eu gosto tanto de você, só queria que fosse recíproco
Ele: Mas é!
Ela: Não parece.
Ele: Desculpa
Ela: Desculpa pelo que?
Ele: Por não demonstrar o meu amor por você
Ela: Será que existe mesmo amor?
Ele: Mais do que você imagina...
Ela: É tão difícil de acreditar...
Ele: Mais uma vez, desculpa, a culpa é toda minha.
Ela: Toda não, também tive culpa nisso, te amei demais.
Ele: E eu não soube reconhecer como você é importante para mim.
Ela: Enquanto eu, já sabia disso desde o momento que te vi.
Ele: Eu te amo.
Ela: Prove.
Ele parece off line

Circo

Allegría. A joyous, magical feeling -  Cirque Du Soleil

Poças de lama, filas e vendedores de água. Nada muito mágico, na verdade, magia seria fazer aquelas milhares de pessoas andarem. O bilheteiro chega. A fila finalmente anda. Existem brinquedos, comidas e bebidas. Existem pessoas desconhecidas. Existe nada fora do normal. As arquibancadas estão vazias, então escolho o melhor lugar. O espetáculo vai começar. As luzes se apagam e eu coloco a primeira pipoca na boca. Uma luz aparece no meio do palco e acompanha os passos de um estranho, baixinho, acima do peso e mau-humorado. Ele passava a imagem de que não queria estar ali. Ou ele era um ótimo ator, ou só estava sendo sincero, mas ninguém iria desconfiar. Ele começa a falar sobre as atrações. Estou concentrada no seu rosto, estavam forçando ele de estar ali, eu tinha certeza. Mas então, ele virou a cabeça lentamente na minha direção e deixou escapar um sorriso. Em seguida, gritou: Alegria! Começaram as apresentações e eu ignorei tudo ao meu redor. Não existia mais pipoca, nem refrigerante, muito menos pessoas. A garota não tinha ossos. Se segurava na corda e soltava, como se o chão não fosse duro o suficiente para lhe causar algum acidente. O rapaz cuspia fogo e não sentia sede. Pelo menos não de água. Não havia notado que mesmo com todas as luzes apagadas, não estava mais no escuro. As roupas iluminavam tudo. Eles pulavam de um lado para o outro e não se batiam. Apenas se encaravam. Os palhaços faziam todos rirem, com classe. A magia existia. Tudo ali era possível. Existia força. Sentimento. Amizade. Carinho. Inveja. Luxúria e todos os 7 pecados que você pode imaginar. Eu enxergava ali uma família. Com amor e compaixão. E no fim do espetáculo, uma lágrima escorreu pelo canto do olho. O circo me mostrou que as pessoas podem ser mais do que aparentam ser. Podem ir além do que permitem. Podem voar. Podem gritar. E mais do que tudo, podem ser felizes realizando os seus sonhos.